BRASÃO
A heráldica é a arte que estuda a origem e significado dos brasões, e também sua criação e linguagem. Essa linguagem utiliza termos específicos, que não usamos normalmente, e é estrita e rigorosa na descrição do símbolo.
Por ser um símbolo oficial, deve ser criado por meio de documento legal, como reproduzido a seguir:
Artigo 19º – O Brasão Municipal de Socorro, projeto de autoria do Rev. Pe. Egidio José Porto, com auditoria heráldica do Prof. Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista, assim se descreve em termos heráldicos: “Escudo samnítico encimado pela coroa mural de oito torres de argente, em campo de jalde três asnas ou chaveiros de goles, tendo brocante sobre as mesmas uma faixa ondada de blau carregada de três peixes na dantes de argente. Acantonados em Chefe, dois escudetes de goles; no escudete de dextra uma flor de liz de jalde; no escudete de sinistra um braço viril nascente do flanco sinistro e empunhando uma chave, tudo de argente. Como suportes, à dextra, um galho de café frutificado ao natural e à sinistra uma haste de fumo, também ao natural, entrecruzadas em ponta, sobre as quais se sobrepõe um listel de goles, contendo em letras argentinas o topônimo SOCORRO”.
§ 1º – O Brasão descrito neste artigo em termos heráldicos tem a seguinte interpretação simbólica:
a) o escudo samnítico, usado para representar o Brasão de Armas de Socorro, foi o primeiro estilo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa, herdado pela heráldica brasileira como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade.
b) a coroa mural que o sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de argente (prata) de oito torres – das quais apenas cinco são visíveis em perspectivas no desenho -, classifica a cidade representada na Segunda Grandeza, ou seja, sede da Comarca.
c) o metal jalde (ouro) do campo do escudo, é símbolo heráldico de glória, esplendor, grandeza, riqueza, soberania, carregado de três asnas ou chaveirões de goles (vermelho) constituindo as armarias da família Dorta, homenagem aos fundadores da cidade.
d) a cor goles (vermelho) simboliza a dedicação, amor pátrio, audácia, intrepidez, coragem e valentia.
e) a faixa ondada de blau (azul) brocante sobre os chaveirões, lembra no Brasão o Rio do Peixe, que corta a cidade.
f) a cor blau (azul) é símbolo de justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade e o metal argente (prata) representa paz, trabalho, amizade, prosperidade, pureza e religiosidade.
g) em Chefe (parte superior do escudo), o escudete de dextra, carregado de uma flor de Liz de jalde (ouro), é uma homenagem a Nossa Senhora Padroeira da Cidade; no escudete de sinistra o braço viril empunhando uma chave (tudo de argente [prata]) simboliza a hospitalidade do povo de Socorro no gesto amigo de entregar a chave da cidade.
h) nos ornamentos exteriores o galho de café e a haste de fumo, tudo ao natural, lembram os principais produtos oriundos da terra dadivosa e fértil, esteios da economia municipal; no listel de goles (vermelho), em letras argentinas (prateadas), o topônimo identificador “Socorro’.
§ 2º – O Brasão de conformidade com as regras heráldicas, obedecerá em qualquer reprodução a construção modular de sete módulos de largura por oito de altura, tomadas do escudo.
Artigo 6º – A Bandeira Municipal de Socorro, de autoria do heraldista Arcinoé Antônio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Municipalista, assim se descreve: “esquartelada em cruz, sendo os quartéis em azuis, constituídos por quatro faixas amarelas, carregadas de sobrefaixas vermelhas, que partem dos vértices de um losango branco central, onde o Brasão de Armas é aplicado”.
§ 1º – O estilo da Bandeira obedece à tradição heráldica portuguesa, da qual herdamos os cânones e regras, com direito a opção pelos estilos terciado, esquartelado, sextavado ou oitavado, ostentando uma figura geométrica no topo, na tralha ou ao centro, onde o Brasão é aplicado, tendo por cores as mesmas constantes do campo do escudo.
§ 2º – O Brasão constante na Bandeira simboliza o Governo Municipal e o losango central branco, onde é aplicado o Brasão, representa a própria cidade-sede do município; as faixas que partem desse losango, dividindo o campo da bandeira em quartéis, representam as propriedades rurais existentes no mesmo.
Artigo 7º – De conformidade com as regras heráldicas, a Bandeira Municipal terá as dimensões oficiais adotadas para a Bandeira Nacional, levando-se em consideração 14 (catorze) módulos de altura da tralha por 20 (vinte) módulos de comprimento de retângulo.
§ Único -A Bandeira Municipal poderá ser reproduzida em bandeirolas de papel nas comemorações de efemérides, obedecendo-se, sempre, os módulos e cores heráldicas.
Letra: Aluísio Douglas Ferrari
Música: Pedro Ferragutti
I
Berço gigante de bravos,
de glórias mil
de tradições imortais
Ninho de fé e ternura,
de doce paz,
de encantamento e prazer!
Oh! Minha Estância de sonhos,
onde o amor ergueu seu templo e ficou!
Entalhando aos pés da Mantiqueira,
tua gente obreira, com carinho a edificou!
II
Sentir ao respirar, tão salutar, da brisa
o seu frescor!
Ver, teus morros quase azuis, teu céu
com tanta luz
dos campos seu verdor!
Nas fontes e nas cascatas, as cristalinas
águas a correr,
É rezar e comungar co’a Natureza
em seu viver!
III
Socorro, enfim, é festa e sol, trabalho,
encanto e luz,
da alvorada ao arrebol!
Suaves noites, gentil luar
Um clarão de esperança e de fé
Sempre e sempre a brilhar!